Locomotiva 522
Ficha Técnica
Fabricante: American Locomotive Company – Schenectady Works
Ano de fabricação: 1926
Placa: 66747
Tipo: Mikado (2-8-2)
Bitola: 1,00m (3′ 3 3/8″)
Expansão do vapor: Simples
Produção de vapor: Superaquecido
Válvula de distribuição do vapor: tipo Walschaertz
Combustível: lenha (madeira) ou carvão (convertida em óleo BPF na década de 1950 devido à escassez e encarecimento da lenha)
Numeração
Original: Rede Sul Mineira nº 300
Segundo: Rede Mineira de Viação nº 522
Obs: O nº 522 foi o definitivo, sendo que esta locomotiva foi mantida em serviço até a dieselização final dos quadros da SR-2 da RFFSA (exceção da “bitolinha”). Portanto, passou pelas fases RMV 522, RFFSA/RMV 522, RFFSA/VFCO 522 e RFFSA SR-2 522.
História
A locomotiva 522 é uma Mikado ALCO (rodagem 2-8-2) construída em Março de 1926 para a Rede Sul Mineira de Viação, que mais tarde passou a ser Rede Mineira de Viação, depois Viação Férrea Centro-Oeste e por fim RFFSA.
Originalmente possuía o número 300 e quando a Oeste de Minas se juntou com a Sul Mineira para se formar a RMV (Rede Mineira de Viação) os números originais foram mantidos, mas as locomotivas ganharam novas placas denominando estas como RMV Sul e RMV Oeste, no caso a 522 passou a ser a 300 RMV Sul.
No final da era do vapor é provável que tenha ficado abandonada em algum pátio da RFFSA até que foi localizada por membros da ABPF e foi então transferida num grande lote de locomotivas para a VFCJ (Viação Férrea Campinas Jaguariúna). As locomotivas do lote estavam espalhadas em varias cidades, sendo estas Divinópolis, Ribeirão Vermelho e Barra Mansa.
No inicio dos anos 80 a locomotiva 522 estava em Barra Mansa e era a “carrasca” das demais locomotivas da fila da morte, sendo ela quem empurrava as locomotivas para o corte. Depois foi transferida para Ribeirão Vermelho e juntamente com a locomotiva 338 (da VFCJ) foi levada para Jaguariúna e viajou sob os cuidados do Eng. Sergio Romano (um dos fundadores da ABPF) e passou então a fazer parte do acervo da ABPF em 1981.
Em 1984 ela saiu de Jaguariúna velha (ponto final hoje da VFCJ) e foi transferida para Jaguariúna nova e depois seguiu para estação Barra Funda em São Paulo. Com a reforma da estação Barra Funda ela foi transferida para estação Presidente Altino juntamente com a locomotiva 332 e a 338 (hoje operando na VFCJ).
A 522 é a única locomotiva da regional que é original do trecho Cruzeiro – Três Corações. Inclusive constando nos documentos sobre perfil da linha e a capacidade de tração do trecho.
Na Regional Sul de Minas
Esta locomotiva foi transferida da regional de Campinas para a regional de Cruzeiro no inicio dos anos 90 (quando se encontrava em Presidente Altino), chegou em Cruzeiro de trem (pelas linhas da SR3) e como não existia guindastes adequados para descarrega-la ela acabou sendo descarregada dentro da Amsted Maxion (na época ainda FNV ou Fábrica Nacional de Vagões).
A locomotiva ficou guardada na fábrica por vários anos e por volta do ano 2000 com a regional já bem estruturada e com local adequado para armazenamento ela foi então retirada da fábrica e colocada no pátio da estação de Cruzeiro, nas dependências das Oficinas de Cruzeiro.
Como na época o travessão de bitola métrica que dava acesso as linhas da SR2 ao pátio da Amsted Maxion já tinha sido removido pela MRS Logística a alternativa foi fretar uma carreta rebaixada para fazer o transporte. A carreta foi fretada pela ABPF e foi usada para transportar a locomotiva da Maxion até o pátio da ABPF, onde foi descarregada com o uso de uma rampa.
Recentemente (em Julho de 2011) foi dado inicio aos trabalhos de restauração da locomotiva. A previsão é de que no inicio de 2014 ela entre em operação e deva ajudar a locomotiva 332 no Trem da Serra da Mantiqueira em Passa Quatro.
Links Relacionados
Colaboraram
- Bruno Crivelari Sanches
- Felipe Crivelari Sanches
- Helio Gazetta
- Julio Moraes
- Sergio Romano
- NEON – Núcleo de Estudos Oeste de Minas – ABPF
- Hugo Caramuru
rodrigo
20 de junho de 2012 at 16:37
Bruno, boa tarde! Gostaria de saber de você que medidas estão sendo tomadas por partes da ABPF com relação ao descaso da atual prefeita com o patrimônio histórico da nossa cidade de cruzeiro os trilhos, o potencial turístico tão prometido nas eleições passadas ficou no esquecimento. Precisamos fazer uma mobilização popular em favor da nossa história.
A cidade existe por causa deles e seria uma grande tristeza ver os trilhos sendo removidos por puro interesse especulatório imobiliário e de políticos preocupados com benefícios próprios!
Só depende de nós!
bcsanches
20 de junho de 2012 at 16:47
Rodrigo,
a ABPF sempre este a disposição do município quanto a retomada do trem turístico, mas o município não tem demonstrado interesse.
Tanto que quando foi encerrada a parceria (em 2000) a ABPF ainda manteve sozinha por pouco mais de um ano tudo funcionando na tentativa de sensibilizar, mas não obteve sucesso.
O patrimônio histórico esta todo com a prefeitura e a ABPF não tem meios para intervir, apenas as autoridades competentes (DNIT e IPHAN). Já foram feitos solicitações informais a prefeitura e autoridades a respeito de invasões e alguns problemas localizados.
A ABPF então continua com seu trabalho na medida do possível, ainda mantendo em funcionamento as oficinas em Cruzeiro.
A atitude em Cruzeiro é muito diferente de São Sebastião do Rio Verde, que a anos vem firmando parcerias com a ABPF e seguindo as orientações desta sobre como fazer os trabalhos para levar um trem turístico até a cidade (enquanto Cruzeiro lutou para acabar com o trem) e hoje isso tem se tornado realidade em um município de 3000 habitantes que nem precisa se auto entitular “capital da ferrovia”: https://abpfsuldeminas.com/2011/11/29/restauracao-da-linha-de-sao-sebastiao-do-rio-verde/
bcsanches
20 de junho de 2012 at 16:50
Apenas para esclarecer, por patrimônio histórico me refiro as contruções, linhas, etc. Todo material rodante é da ABPF e essa aos poucos tem restaurado e levado para os locais onde tem operação.
bcsanches
20 de junho de 2012 at 17:02
Aproveitando, se você tem interesse em criar algum tipo de movimento na cidade para quem sabe tentar fazer deslanchar esse projeto do trem turístico, uma boa inspiração pode ser o trabalho do jornalista Rubens Caruso Jr de Poços de Caldas que vem lutando para criar um trem turístico na sua cidade: http://www.memoriadepocos.com.br/2012/05/o-retorno-de-maria.html
rodrigo
20 de junho de 2012 at 17:19
Obrigado por ter respondido ao meu desabafo!
almyr pereira de rezende
31 de outubro de 2017 at 15:40
Bruno – Como está a situação da loco 522? Não falaram mais nela. Será que não deu certo a sua recuperação? …………………….já vfaz algum tempo que a ABPF iniciou seus trabalhos com ela.È só curiosidade de minha parte. abs almyr/brasília df
bcsanches
1 de novembro de 2017 at 8:52
Olá Almyr,
temos procurado manter o foco na 327, mas aos poucos temos mexido na 522. A ultima coisa que fizemos foram alguns ensaios para um novo suporte dos cilindros de freio. Assim que a 327 sair da oficina, voltaremos a 522 com força total.
Felipe
16 de dezembro de 2019 at 0:20
Qual o estado atual da reforma dela ?
bcsanches
16 de dezembro de 2019 at 9:10
Esta suspensa e devemos retornar a ela no segundo semestre de 2020.
Nivaldo de Lima Celestino Taubaté SP
10 de fevereiro de 2021 at 23:03
Como sou filho desta cidade não poderia de deixar de me opinar nesta causa , é triste ver alguma coisa deste porte tão Histórica.ir morrendo aos poucos se tornando em uma montanha de ferros enferrujados, como por EX:o antigo FRIGORÍFICO CRUZEIRO deixando de a sua existencia por caprichos dos governos estaduais e até mesmo prefeitos passados,falta de interesse por esse projeto maravilho é preservar a naturalidade desses acervos Histórico vamos pedir a Deus que de condições para as (VELHAS GUARDAS 327 e 522) voltem as suas origens verdadeiras levando e trazendo alegria desta nação Nivaldo TaubatéSP ,mas Cruzeirense nato essa é meu desabafo por isso .
bcsanches
11 de fevereiro de 2021 at 8:11
Olá,
infelizmente quanto a frigorifico pouco pode ser feito e sai do escopo de nossa entidade. A 327 esta operando regularmente em Passa Quatro e a 522 sendo trabalhada aos poucos.
Att